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APRESENTAÇÃO
A educação escolar tem sido objeto de profundas reflexões e mudançasnas últimas décadas. Estamos em plena época de desconstrução de paradigmasl igados ao sistema tradicional de ensino centrado na figura do mestre como únicodetentor de conhecimentos científicos e do aluno como mero receptor dessasinformações.
Neste trabalho, trataremos dos primeiros anos de escolarização –SériesIniciais– uma vez que nosso foco de interesseécomposto por crianças de 6 a 11-12 anos de idade.
As mudanças que vêm ocorrendo no ensino sistematizado voltado à faixaetária objeto de nosso estudo, por constituírem a base da formação escolar, têmfundamental importância e demandam um movimento intenso e contínuo deformação de educadores.
Em tempos de extensas jornadas de trabalho, de inadiáveis compromissosde ordem fami l iar, a educação à distância tornou-se uma alternativa viável efaci l itadora para o aprimoramento profissional .Ao alunoépermitido organizar otempo dedicadoàs leituras,às atividades de auto-aval iação,ao esclarecimento deeventuais dúvidas,de acordo com as suas possibi l idades individuais e a partir dolocal mais confortável para a execução destas tarefas, sem a necessidade dedeslocamento diário atéuma instituição educacional .
Nestes módulos, trataremos do fenômeno da aprendizagem,do sujeito que
forma significativa.
Marise Siqueira
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Diversas são as teorias que tratam do processo de aprendizagem. Cadauma delas, com as suas especificidades, nomenclatura e todas com o objetivo desubsidiar a prática de profissionais de diferentesáreas do conhecimento l igadasao universo educacional .
Deacordo comOl iveira eChadwick(2002,p.21),
1. As crianças são naturalmente dispostas a aprender desde muitocedo.Elas apresentam tendências ou incl inação positiva para obter e usarmuitos tipos de informação. São particularmente interessadas emconceitosfisiológicos,biológicos,conceitos de causal idade,de números ede l inguagem.
2. As crianças despendem uma enorme quantidade de vontade,iniciativa e esforço para ampl iar sua aprendizagem. Desde cedoaprendem a uti l izar estratégias de aprendizagem e de metacognição(como aprendera aprender).
3. As crianças descobrem suas próprias teorias sobre o que significaaprender e como fazê-lo, decidem o que podem e o que não conseguemaprender e possuem idéias semiconscientes a respeito de sua intel igênciaedo funcionamento de sua mente.
4. Muito da aprendizagem das crianças é automotivada.Mas outraspessoas desempenham papéis significativos no desenvolvimento daaprendizagem das crianças.O ser humano convive e depende de outraspessoas. A famíl ia, os professores, os colegas, todos ajudam a guiar aaprendizagem,estimular diferentes tipos de interesse, fomentar gostosetc.Além disso, a televisão, os fi lmes, os jogos eletrônicos e atémesmoos jornais constituem importantes elementos que influem naaprendizagem das crianças.
5. As pessoas são únicas no que se refere a seus estados emocionais,seus ritmos de aprendizagem, suas etapas de desenvolvimento, suascapacidades e talentos, seus sentimentos sobre sua própria eficácia esuas necessidades. O professor precisa levar em consideração essasdiferenças ao organizar as situações de ensino-aprendizagem e aoministrar suas aulas.
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6. O aprender é um processo natural que surge da curiosidade daspessoas. Favorecida por um ambiente positivo, a aprendizagemdesenvolve-se quando o que se está aprendendo adquire significado,relevância e boa estrutura.A função principal da escola e do professorécriar esse ambiente adequado e propício para que o aluno possa aprender.
Jean Piaget,biólogo suíço que durante mais de 50 anos anal isou o psiquismoinfanti l , concluiu que as crianças constroem, ao longo do processo dedesenvolvimento,o seu próprio modelo de mundo através de sua ação e do modopelo qual isto se converte num processo de construção interna, ou seja, deformação de uma estrutura mental em constante expansão correspondente aomundo exterior.
Desdea mais tenra idade,a criança controla a obtenção ea organização desuas experiências. Ainda bebê, ela acompanha objetos com os olhos, explora omeio com o olhar,volta a cabeça; com as mãos,agarra, solta, joga,empurra, levaàboca, prova. . .Essas ações são,de início,formas de exploração do mundo que,gradativamente,se integram aos seus esquemaspsíquicos.
Esquemassão padrões de comportamento ou ações que se desenvolvem comuma certa organização. Existem os simples, como o reflexo de sucção, e oscomplexos, como as operações lógicas que surgem por volta dos 7 anos de idade.Na visão piagetiana, os esquemas simples vão se organizando, integrando-se aoutros e formando os esquemas complexos. As estruturas psicológicas vão sedesenvolvendo gradualmente na interação com o ambiente, compostas por umasérie de esquemas integrados.
Segundo Goulart(2002,p. 14-15),
4Piaget expl ica esta interação valendo-se dos conceitos de assimi lação,acomodação e adaptação, termos tomados da Biologia.A assimi lação éaincorporação de um novo objeto ou idéia ao que já éconhecido, ou seja,ao esquema que a criança jápossui .A acomodação,porsua vez, impl ica natransformação que o organismo sofre para poder l idar com o ambiente.Assim, diante de um objeto novo ou idéia, a criança modifica seusesquemas adquiridos anteriormente, tentando adaptar-seànova situação.[...]Muitas aquisições feitas resistem aos esquemas a que a criança estáacostumada e impõem mudanças a esses esquemas; outras, produzemnovos resultados, que enriquecem o alcance ou a gama de esquemas. Acriança é, pois, o próprio agente de seu desenvolvimento; os processosassimi lativos gradualmente estendem seu domínio e a acomodação leva amodificações da atividade. Do equi líbrio desses dois processos advémuma adaptação ao mundo cada vez mais adequada e uma conseqüenteorganização mental .
Os estudos de Piaget mostraram que, nos dois primeiros anos de vida,asatividades infantis são basicamente físicas e dirigidas a objetos e situaçõesexternas.Àmedida que aumentam as possibi l idades da criançaa dominar a l inguagem, a locomoção, as atividades externas vão sendorepresentadas mentalmente. Aos sete anos, aproximadamente, aparece opensamento operatório, quando as ações interiorizadas ainda se baseiam namanipulação mental dos objetos e constituem as operações concretas. Com opassar do tempo, na adolescência, surgem as operações abstratas,fundamentadas no raciocínio abstrato, em substituição às manipulações deobjetos pela l ida com proposições verbais.
Em vista disso, podemos concluir que o modelo de mundo vai sendoconstruído pela criança ao longo das etapas de sua vida.Nesse processo, de
5acordo com a sua individual idade, com a sua forma particular de interpretar areal idade, ela pode cometer “erros” que devem ser levados em conta comopropostas ou alternativas de solução para os questionamentos provocados porsituações-problema apresentadas. Considerar as hipóteses levantadas pelascrianças se opõe ao modo tradicional de ensino, segundo o qual os professoresficam tão preocupados em“ensinar” que não têm paciência para esperar que osalunos aprendam;difici lmente aguardam as respostas das crianças.Goulart(2002,p. 18)afirma que
[...]ao aprender verdades jáestruturadas pelo adulto e apresentadas demaneira organizada pelo prof essor, para„ganhar tempo‟ , o aluno perde aoportunidade de real izar suas próprias tentativas e estruturar seupróprio conhecimento.
Conforme a teoria piagetiana, o desenvolvimento é um processo que sedesenvolve em etapas sequenciais para todos os indivíduos; entretanto acronologia dessas etapas pode ser diferente, ou seja, podemos encontrar trêscrianças coma mesma idade,por exemplo,com cinco anos,mas emvariados níveisde desenvolvimento.Essa diferença pode ser observada em qualquer faixa etáriae requer do professor uma atenta observação para que seja possível ofereceràcriança o tipo de ensino adequadoàs suas habi l idades.
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No ensino da matemática, por exemplo,alguns professores adotam formasde levar os alunos a entenderem problemas matemáticos que eles própriosconsideram os melhores, pouco considerando ou mesmo sem considerar a lógicainfanti l . Nesse caso, o que está servindo de parâmetro é maneira como oprofessoraprende e não o modo como osalunosaprendem.
A proposta de ensino que apresentamoséa que verifica:
- como estáo aprendiz(nível de desenvolvimento cognitivo);
- o que deve ser feito para que ele progrida a partir do ponto em que seenc on tra.
Énecessário que o professor conheça o processo de pensamento do aluno,apresente problemas que lhes pareçam interessantes, o que significa sondar onível de desenvolvimento da criança para,a partir daí,planejar o ensino.
Para Goulart(2002,p.21),
[...]a l inguagem constitui o recurso através do qual a criança representao mundo que vai percebendo; sua maneira de falarécondizente com suaestrutura mental , o que nos permite uma anál ise do desenvolvimentocognitivo através da fala.
Entretanto, crianças que convivem mais com adultos podem dar aimpressão de um desenvolvimento maior do que o normal porque reproduzem,em
7suas falas, as dos adultos. Desta forma, crianças pequenas que falamfluentemente podem não dominar os conceitos presentes em seu vocabulário.Uma maneira de verificar o nível real de desenvolvimento da criançaésol icitar-lhe que apresente verbalmente seu raciocínio durante as atividades propostas,aceitando suas expl icações, que deverão ser adequadas à etapa em que seencontra.
O ensino baseado na teoria de Piaget ressalta três importantes premissas:
1 – cada indivíduoéagen te do seu próprio processo de desenvolvimento.Sendo assim, é através de situações em que pode ser ativo que constrói a suainteração como o mundo.
2 –O ensino deve ser um facilitador do processo de desenvolvimento.Sendo assim, é fundamental conhecer esse processo para propor situações-problema que estejam ao alcance do aluno.A cada resolução obtida com sucesso,o indivíduo atingiráníveis mais elevados, tornando-se apto a aprendizagens maiscomplexas.
3–Conhecer a resposta do aluno a um problema nãoésuficiente. Para serpossível apresentar questões que façam o aprendiz agente ativo na construção doseu conhecimento, énecessário anal isar os processos mentais que geraram essa
8resposta. Pedir ao aluno que verbal ize o caminho percorrido até a solução doproblema pode ser um val ioso auxi l iar para essa compreensão.
A mente se desenvolve, biológica e progressivamente, desde o úteromaterno atéos 16 anos aproximadamente.Entre 7 e 11 anos,a criança passa poruma etapa denomi nada, por Piaget, de período das operações concretas, no qualbaseia suas aprendizagens em situações concretas que ocorrem em sua vida.Apartir dos 11 ou 12 anos de idade,a forma de pensar das crianças seaproxima dados adultos, pois vão adquirindo estruturas mentais que lhes permitem pensar demaneira mais formal , mais abstrata, entender relações entre objetos, captarrelações de causa-ef eito e começar a uti l izar o pensamento hipotético.
Ol iveira e Chadwick(2002,p.22)afirmamque:
É de enorme importância para o professor conhecer o desenvolvimentodas crianças entre os 7 e os 15 anos.A capacidade deseu cérebro ampl ia,a memória ativa aumenta de tamanho, de forma a poder manejar entresete e nove elementos ou unidades de informação de cada vez. Acapacidade para aprender um idioma atinge o seu ápice, a capacidade defazer representações simból icas começa a aflorar, permitindo que osalunos compreendam e l idem com muito mais informações na forma derepresentações ou de conceitos teóricos (abstrações). Isso é essencialpara possibi l itar pensamentos de nível mais complexo,como a reflexão,opensamento simból ico, o pensamento sintético, as abstrações e osconceitos abstratos.
Os níveis de desenvolvimento seguem padrões determinadosbiologicamente, portanto devem ser respeitados pelos educadores, uma vez que
9estabelecem“l imites”ao que uma pessoa pode aprender em cada etapa. Por outrolado, épossível ensinar a crianças de qualquer idade ou nível muitos conceitos,inclusive habi l idades mais complexas, desde que sejam encontradas formasadequadas que lhes permitam estruturar esses conceitos e habi l idades. Sendoassim,os níveis de desenvolvimento determinam as formas e níveis de abstraçãoem que a aprendizagem acontece.
Em sua maioria, os alunos do ensino fundamental – dos 7 aos 15 anos –estão em processo de evolução de um estágio onde veem o mundo de formaconcr etamundo e compreendê-lo de forma mais abstrata.
1 De acordo com Ol iveira e Chadwick (2002), a palavra “concreto” não significa que a criançaprecisa manipular fisicamente um objeto para aprender o seu significado.Quando ela conhece oconceito de vacaesabe identificá-la edistiguí-la dosdemaisanimais,adquireo conceito concretodo que seja uma vaca.Depois disso,o prof essor não precisa desenhar uma vaca para referir-se aoanimal –a palavra adquire um significado concreto.
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